24 novembro, 2006

Data nos correios


Logo após uma semana de greves nos correios julgo ser pertinente uma situação que há pouco tempo verifiquei.
Antigamente as cartas quando davam entrada nos postos de correio levavam o respectivo carimbo que indicava o local e a data de onde eram expedidos. Inclusive isso podia ser alvo de valorização de algum selo raro ou não.
Hoje quem quiser saber esses dados não tem forma de o fazer directamente.
Agora vem o que considero mais grave.
Desta forma o cliente não pode identificar a data da expedição e eventualmente reclamar que a correspondência demorou demasiado tempo a chegar ao destino. Ou se por ventura a culpa até não é dos correios mas do remetente (que se esqueceu de a enviar).
Pois é por estas e por outras que os níveis de qualidade dos CTT têm caído a pique.

14 comentários:

(``-_-´´) -- BUGabundo disse...

o provedor ja te disse algo?

kincas disse...

Nada.
Nem para esta nem para a outra que também está referida neste blog.

Anónimo disse...

Que eu saiba a marca de dia vem no canto superior direito da carta onde também colas o selo e não como a imagem que mostraste em que esta só mosta o canto inferior da carta, pois a marca de dia nunca virá no canto inferior da carta!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
mas sim no canto superior direito da carta!!!

kincas disse...

Isso deve ser nos postos de correio "locais".
Se for o caso de nem levar selo? Só levar "estampilha"?

Eles fazem a leitura do código directamente na máquina de tratamento. Mas esse "código" só a máquina o entende. Não ºe possível ser decifrado a "olho nu".

Anónimo disse...

eu trabalho nos ctt e até agora nunca vi uma carta sem marca do dia. se isso acontecer, é devido a algum lapso da pessoa que tratou das correspodências aceites na estação. às vezes a marca do dia não vem muito visível.
além disso, toda a correspondência tem de ter marca do dia, até mesmo para controlo da correspondência atrasada ou não!
as únicas correspondências que vêm sem marca do dia são as que são enviadas em grande quantidade por empresas, ou mais comumente, pelos bancos, pois enviam directamente com "taxa paga."
é certo que nem todas as correspondências têm "selo", mas nenhuma sai de uma estação sem a devida franquia, ou com a indicação de "taxa paga".
eu admito que hajam erros, devido à falha de comunicação entre empresa e cliente, e vice-versa, mas desde que comecei trabalhar nos ctt, o lema que me ensinaram sempre foi: "o cliente tem sempre razão". por mais que eu tenha a melhor das desculpas por não poder levar um caixote ou uma certa correspondência, eu até posso levar com os pés, porque o cliente tem sempre razão, mesmo que o cliente viva a três passos da estação de correios mais próxima. as pessoas queixam-se, mas só nós sabemos o que implica trabalhar para sabe-se lá quantas pessoas todos os dias, cada uma com as suas razões. e todo o cliente dos correios, "pensa" que o carteiro está somente ao seu serviço. imagine-se no meu lugar: você tem um cliente que exige que a sua correspondência seja entregue no dia certo, sem atrasos, em boas condições físicas (de preferência seco, quando está chover) e ao domícilio (nem que tenha tenha de carregar um caixote às costas, para além do saco da correspondência), e multiplique esse cliente por 100, 200, 400, 500 outros clientes a quem você serve, e terá uma pequena ideia.

Anónimo disse...

eu faço o meu circuito de distribuição a pé, e é irónico quando, em dia de bom tempo me dizem: "ah, está bom tempo para passear, não é?" pois é, mas em dias de chuva, quando as pessoas estão em casa ou nos seus estabelecimentos a abrigar-se da chuva, eu também vou "passear", mesmo que esteja a chover torrencialmente!
toda a gente fala, mas ninguém vive sem os correios!

Anónimo disse...

e mais, esse código de barras de que falou, não é bem para a dita "máquina" saber o dia em que a carta foi aceite, mas para a localização do destinatário de forma a agrupar as correspondências por zona, quando o código postal não é suficiente! esse código é muito comum em correspondêcias que vêm do estrangeiro. ou pensa que as estações de grandes dimensões, como nos EUA, têm pessoal empregado especializado em cada país e cidades estrangeiras?!?!?!

uma coisa lamento, é que a qualidade do serviço prestado pelos ctt não seja igual em todas as estações! há estações que prestam um serviço muito bom, e outras que, infelizmente, o não fazem!

kincas disse...

Uma coisa que tinha muita estima era pelos chamados carteiros.
E digo tinha, não por culpa dos próprios mas por culpa da instituição.
Deverá saber, melhor que eu, que agora deverão ser em maioria os "sub" contratados. Os que trabalham para os CTT mas através de empresas de prestação de serviços.
Todas as situações que tenho vindo a referir são factuais.
Também deverá saber que já por vários anos que os CTT têm vindo a ser multados devido ao mau serviço prestado.
Tenho muita pena que aquele carteiro que conhecia os seus "fregueses", que todos o conheciam, cumprimentavam, falavam, até levava algumas "lembranças" e algumas das vezes até lia as cartas dos parentes esteja praticamente extinto.
Sei que tal situação não é praticável nos centros urbanos. Mas tenho muitas saudades.

kincas disse...

Outra das coisas que considero imperdoável é o que muitas vezes se passa com o código postal.
Uma das preocupações que tenho é sempre que forneço a minha direcção indicar o CP com os 4+3 dígitos.
Pois tenho na ideia que a distribuição é baseada nessas "zonas".
O que ainda ninguém me conseguiu explicar é como uma correspondência com esse CP completo vai parar a um destinatário (local) errado ou é devolvida.

Outra situação (que tem, julgo, também a haver com os CTT) é o caso das "transportadoras".
Para essas ter ou não o CP com os 7 dígitos é o mesmo que nada. Pois não lhes fornecem um mapa com a distribuição e localização correspondente aos CP. Assim de nada vale fornecer bem a morada com todos os dados.

Anónimo disse...

é natural que em meios urbanos como Lisboa e Porto já não haja aquele conacto mais pessoal com o carteiro. é um processo natural que acontece nas cidades grandes, onde se perde contacto com as pessoas. e isto não acontece só com os ctt. mas esses carteiros ainda existem! e a própria empresa incentiva o contacto dos carteiros com as pessoas, até porque isso torna o serviço muito mais agradável. na minha zona acontece de as pessoas ficarem felizes quando me vêem a aproximar, e até já fiz algumas amizades. até há pessoas que confiam em mim e pedem-me favores! de uma forma ou de outra, acabo por conhecer a própria vida das pessoas, de todo o tipo de pessoas.
e tenho verificado, pelo menos no meu cdp, que a qualidade do nosso serviço tem melhorado muito, mesmo muito!
em relaçção aos códigos postais: os três dígitos melhoraram muito a localização dos endereços e diminuiram muito os erros de encaminhamento mas, como em qualquer outra coisa, erros continuam a existir (não há nada perfeito neste mundo). eu também não posso falar muito nesse aspecto porque vivemos em realidades diferentes, do género: você vive numa cidade grande, pelo que percebi, o que torna a probabilidade de erro no serviço maior. enquanto que eu sirvo um meio mais pequeno, e falando com outros carteiros, acabamos por encontrar a morada certa. mas acontece muitas vezes, em que freguesias tem ruas com o mesmo nome, depois há também trocas nos CPs e, enfim, acaba tudo em confusão e os carteiros é que têm de "adivinhar". como vê, é fácil enganarmo-nos e dificil de acertarmos.
além disso, eu sou carteiro e não entrego express mail. o facto de o seu carteiro ter entregue um aviso da sua encomenda, é perfeitamente normal, visto os carteiros não poderem entregar correspondência que diz respeito somente ao ctt expresso, porque é um serviço dedicado às encomendas urgentes, volumosas e pesadas.
em relaçao a isto tudo, deveria falar pessoalmente com o seu carteiro para esclarecer as suas dúvidas ou as do próprio carteiro, ou com o chefe do cdp que serve a sua zona! acho que essa opção seria melhopr do que tentar contactar o provedor. sabe, a burocracia neste país, e essas coisas levam tempo! alem disso, eu sou a favor de primeiro esclarecer com o carteiro antes de tentar a administração. quando comecei a trabalhar nos ctt, dei comigo com uma reclamação no livro de reclamações dois meses depois de ter começado. nem eu conhecia a pessoa, nem ela me conhecia a mim. eu, por azar, tinha tocado na campainha avariada e, sem saber isso, deixei aviso para a pessoa ir levantar a cobrança no posto mais próximo (que ficava a cerca de 100 metros). foi a primeira vez que eu fiz isso, e inocentemente, e a pessoa ficou tão chateada que quis por força deixar uma reclamação no livro de reclamações, porque teve de ir de propósito levantar a cobrança (note-se, o posto ficava a 100 metros, ou nem sequer isso!). quando soube, admirei-me. nem percebi porque tinha uma queixa! eu teria ficado grata se a pessoa tivesse vindo falar comigo, mesmo que ela tivesse razão!

kincas disse...

É muito louvável e saudável a sua posição e postura.
Compreendo que a realidade rural e urbana sejam diferentes.
Também sei que quem faz as instituições são as pessoas. Para o bem e para o mal. E essas mesmas pessoas têm de ser motivadas. Julgo que é ai que estará o problema.

Anónimo disse...

sim, quem faz as instituições são as pessoas. até há motivação por parte da própria empresa mas, por exemplo, há carteiros mais antigos que têm uma posição mais céptica quando se trata de mudanças de atitudes, o que tem muito peso na forma como o serviço é prestado aos clientes. num mundo em constante mudança, os carteiros também têm de acompanhar essa mudança, e a empresa tem feito algum esforço nesse sentido. e uma coisa que é muito importante na nossa empresa é o trabalho em equipa.
na zona onde faço distribuição, tento ao máximo recuperar a boa imagem dos ctt. há carteiros e carteiros, mas as pessoas tendem em generalizar os nossos erros. é por isso que acabei tendo uma reclamação nos livro de reclamações. as pessoas já nem dão chances. mas isso é em qualquer coisa. os "pecados" são sempre maiores que as "boas obras", infelizmente, quando devia ser o contrário. e depois, por causa de um pagam todos!
uma outra coisa, por exemplo, os avisos de recepção têm um campo de preenchimento do numero do BI. claro que, esse campo passava despercebido e não exigíamos o BI; apenas a assinatura. ultimamente, o meu cdp tem exigido o número do BI e assinaturas legíveis e a data em que o registo foi recebido. contudo, as pessoas têm se mostrado desagradadas e, depois, fazem um "bicho" porque podem ir para a cadeia (coisa que não acontece só por terem assinado um registo!) e coisas do género, talvez porque acham que estamos a invadir a privacidade. por um lado é compreensível, mas por outro, já são poucas as instituições que não exigem dados pessoais do cliente, por razões óbvias!
primeiro, a nossa empresa respeita a privacidade do cliente! segundo, todos esses dados são exigidos, porque, mais uma vez, por causa de um todos pagam; ou seja, de certeza que já foram muitas as pessoas com más intenções que assinaram registos e, claro, nós não podemos desconfiar se uma pessoa se sente à vontade em assinar. depois, os ARs são para protecção tanto do Destinatário como do Remetente. o Remetente precisa de ter a certeza de que o registo foi entregue! agora, imagine que há uma reclamação em que o remetente supõe que o registo não foi entregue, e contacta a estação de correios. o cdp do destinatário irá averiguar as listas de registos, onde tem registados os nomes das pessoas. claro, como é óbvio, há pessoas com nomes iguais. através de BI conseguimos identificar a pessoa.
isto tudo para dizer que, por exemplo, os ARs que vêm de Lisboa não vêm nem com o número do BI nem com assinaturas legíveis. ora, por isto também as pessoas reclamam. quer dizer, se não fazemos, reclamam; se fazemos, também reclamam. então, o que querem?!?!?!
se vamos a uma farmácia ou a uma loja de roupa, ou a um outro sítio qualquer, ninguém vai pra lá questionar o serviço prestado e os meios que são utilizados, mas quando se tratam dos correios, fazem de nós tolos! (desculpe a expressão).
lamento que tenha uma "sina" com os correios. mas uma verdade é que, quanto mais se diminui o risco de erro, como no caso dos códigos postais, há certas pessoas que vão passar a ter problemas constantes, porque o erro será sempre o mesmo, como no seu caso; acaba sendo repetitivo! (não sei se me fiz entender)

kincas disse...

Compreendo toda a sua exposição.

Agora veja se não concorda comigo e veja as "novidades".
http://umahoje.blogspot.com/2008/06/eu-e-os-ctt-iii.html

Anónimo disse...

Concordo quando me dizem que trabalhar na distribuição dos correios é complicado. A única coisa que lamento é que nem todas as pessoas levam esse trabalho a sério. E esquecem-se que se lá trabalham é porque são precisos. Temos alguns muito bons distribuidores que por exemplo deixam as encomendas com os vizinhos quando não existe qualquer tipo de recomendação nesse sentido...